Interposição Fraudulenta no Comércio Exterior: A armadilha silenciosa que pode comprometer seu negócio.
No universo do comércio exterior, onde a busca por eficiência e redução de custos é constante, é comum que empresas recorram a intermediários para facilitar processos. No entanto, esse movimento pode esconder riscos graves — e um dos mais perigosos é a interposição fraudulenta. Essa prática, mesmo quando não intencional, pode gerar consequências severas para os envolvidos.
A seguir, entenda o que é interposição fraudulenta, como ela pode ocorrer sem que sua empresa perceba e, o mais importante, como se proteger dessa armadilha.
O que é Interposição Fraudulenta?
A interposição fraudulenta ocorre quando uma empresa aparece formalmente como responsável por uma operação de importação ou exportação, mas não é a verdadeira interessada econômica na transação. Essa manobra tem como objetivo ocultar o real importador ou exportador, frequentemente para obter vantagens ilícitas de natureza tributária, cambial ou administrativa.
Por exemplo: uma empresa “de fachada” pode figurar como a importadora de um lote de mercadorias, enquanto a real destinatária — que financiou a operação e recebe os bens — permanece oculta. Após a liberação da carga, a empresa interposta emite uma nota e transfere a mercadoria à verdadeira compradora. Esse esquema é uma forma de burlar a legislação e constitui fraude.
Essa Fraude Sempre é Intencional?
Nem sempre. Existem dois tipos de interposição:
1. Dolosa (com intenção)
Ocorre quando há conivência entre as partes. A empresa utiliza outra, de forma proposital, para ocultar o verdadeiro responsável econômico da operação, com a clara intenção de obter benefícios ilegais.
2. Culposa (sem intenção direta)
Neste caso, a empresa pode cair em um esquema de interposição sem perceber, por:
- Falta de due diligence ao contratar parceiros;
- Confiança excessiva em intermediários;
- Falta de controle sobre o uso do RADAR (habilitação para importar);
- Operações complexas com múltiplos envolvidos, dificultando a rastreabilidade;
- Documentos aparentemente legítimos, mas com informações falsas.
A ausência de má-fé não isenta a empresa de responsabilização. A Receita Federal avalia os efeitos práticos da operação, e não apenas a intenção declarada.
Riscos e Consequências
Envolver-se, mesmo que indiretamente, em uma interposição fraudulenta pode acarretar:
- Multas pesadas e cobrança retroativa de tributos sonegados;
- Processos criminais por sonegação, descaminho, evasão de divisas e organização criminosa;
- Sanções administrativas, como o cancelamento da habilitação no RADAR;
- Bloqueio ou apreensão de mercadorias pela Receita Federal;
- Danos reputacionais, que podem comprometer parcerias e a imagem da empresa.
Como se Proteger: Boas Práticas Contra a Interposição
A prevenção é a melhor defesa. Veja algumas medidas essenciais:
1. Due Diligence Rigorosa
Investigue o histórico, a estrutura societária, a capacidade operacional e a reputação dos seus parceiros. Desconfie de empresas recém-criadas ou com capital incompatível com o volume das operações.
2. Análise Detalhada da Documentação
Verifique a consistência de contratos, faturas, conhecimentos de embarque e declarações de importação. Questione preços fora do padrão ou justificativas frágeis para triangulações.
3. Controle da Habilitação no RADAR
Jamais permita que terceiros utilizem sua habilitação sem que você mantenha o controle integral da operação.
4. Monitoramento Contínuo
Mantenha vigilância constante sobre seus parceiros e operações. Mudanças bruscas no volume de transações, estrutura societária ou padrões de pagamento devem ser tratadas com atenção.
5. Cultura de Compliance
Treine sua equipe. Crie políticas internas que valorizem a conformidade e o comportamento ético. Promova uma cultura em que “dar um jeitinho” não é aceitável.
6. Consultoria Especializada
Tenha ao seu lado profissionais experientes que entendam a legislação aduaneira, tributária e cambial. Eles podem identificar riscos antes que se tornem problemas reais.
Uma Armadilha Silenciosa
O que torna a interposição fraudulenta tão perigosa é que ela pode ocorrer sem que a empresa perceba. Muitas vezes, o envolvimento acontece por falta de experiência, desconhecimento técnico ou confiança em parceiros inadequados.
No entanto, a lei exige que empresas de comércio exterior adotem uma postura ativa de verificação. Ignorância ou negligência não são justificativas legais. Mesmo sem conivência, a omissão de cuidados mínimos pode levar à responsabilização.
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